sábado, 13 de novembro de 2010

O objetivo foi roubado pelo ditador


O objetivo era que cada criança tivesse o pão, e a escola, que cada jovem tivesse a oportunidade, que cada velho tivesse tranquilidade e paz. Que cada um tivesse segurança e saúde.

Falham vergonhosamente os Governos se não conseguem organizar isso para a sociedade. Porque este é seu trabalho, sempre foi zelar por isto.

Falhamos vergonhosamente, como sociedade, se o Governo que nos representa não atinge qualquer destes objetivos. Sofremos miseravelmente, porque não conseguimos nossos objetivos.

Para nos enganar, acreditamos que aquele fulano ter vários bilhões, ou vários privilégios, ou várias regalias, é um belo sinal de sucesso, para toda a sociedade. Fazer não sei quantos bilhões, com as riquezas de um país, e neste mesmo país ter a miséria mais indecente. Milhões de pessoas que não têm um médico, não têm um remédio. Que vão para as filas, às 3h da manhã, e ficam por lá. Porque têm uma pessoa doente em casa, ou porque têm um neném doente.

Para alguns neste barco, está tudo bem... e então vai estar bem para o barco? Por que não se dá um fim para isto, para estes tantos negocinhos, boladas no bolso, venda de consciências, vendas de almas, num grande balcão à frente dos olhos.

Por que não se tem vergonha do dinheiro que não veio de algum trabalho honesto? Por que se explora o trabalho? Por que achacam e assaltam e esfaqueiam o cliente, o consumidor, o pagador de impostos, o sujeito da esquina, o que nos presta serviços, o cidadão?

Vendemos outra tonelada de minério de ferro, pra Alemanha? E o que tem de bom nisso? O que tem de bom em saber que a Alemanha, com sua infância melhor educada, vai transformar este produto que vendemos por mil, e vai lucrar muitos bilhões?

O que se pode pensar de o país inteiro perder alguns bilhões porque aceitamos este tipo de situação, alguns bilhões que poderiam ir para a educação, e quando eu penso que temos tantas crianças, precisando de uma boa escola, precisando de uma boa oportunidade para vencer a pobreza em que ela e sua família vêm experimentando por gerações...

O objetivo não é fazer qualquer Plano Quinquenal, qualquer plano grandiloquente, arrotar números, arrotar grandezas, e manter a mesma estatística, ou piorar, de miséria, de forçados, de conscritos, de explorados, de presos, de assassinados, de perseguidos, de sacrifício, de dor...

Mas pagar o salário do médico, e formar o médico, e levá-lo até onde ele é preciso.

E deixar as pessoas trabalharem, e progredirem, e contribuírem apenas para este médico, para este professor, para isto que é necessário, que deve chegar a qualquer um da sociedade que precise.

E que se dane a grande corrida pela grana, para ser o primeiro disso ou daquilo, para ter o maior estádio do mundo, ou o maior poço de petróleo. Oitava economia do mundo, e o que isso me resolve? O que isso paga minhas contas, o que isso me faz ter um bom hospital, me faz ter uma rua segura, ou me faz seguro dentro da minha casa?

Amiguinhos, podemos ser a oitava economia do mundo, podemos ser a primeira, podemos ter um Cara na Presidência, ou um Mito, ou um Líder, ou um Duce, ou um Führer, ou um Paizinho dos Povos, ou um Grande Timoneiro, isto tudo é a mentira, é a propaganda, é a ilusão.

É o que eu não preciso. O que eu preciso é de um povo solidário, trabalhador, esforçado, justo, e de uma Lei que nos respeite as liberdades, as garantias, os nossos direitos: DIREITO À VIDA; DIREITO À LIBERDADE; DIREITO À PROPRIEDADE.

Liberdade política, para eu votar em quem quiser, com mandatos temporários, com alternância do Poder. Liberdade econômica, para eu não ser presa da fome, da miséria, da falta de cuidados. Liberdade para que não possam me roubar, me enganar, me prejudicar. Liberdade para pensar, liberdade para falar, liberdade para escrever, liberdade para mostrar a verdade, liberdade para contestar, liberdade para cobrar, liberdade para criticar.

Uma sociedade que viva do seu trabalho. Que progrida em tranquilidade e em liberdade. Que prenda seus assassinos, que prenda seus ladrões. Que ajude quem precise.

É este o nosso direito, é esta a nossa realização, e é para agora. Se não tivermos alcançado isso não teremos alcançado nada.

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